Sunday, November 05, 2006







e vejo e vagueio e relembro,
não sei se será saudade
ou uma transposição intemporal daquilo que foi felicidade
e plenitude e paixão e ardor ajedctivos inúteis.
oh, pudera eu voltar ao passado,
olhar para a cama desfeita e janela semi-aberta
o momento de perfeição coberto de pelos brancos de gato em roupas pretas;
poder tocar no futuro e deitar-me no presente
como se do eternamente se tratasse,
e num leve suspiro dum tardio acordar,
de um abraço perdido e de um beijo que ficou por dar,
dizer
que conheço o amor.

André França - 06/11/2006

5 Comments:

Anonymous Anonymous said...

as tuas palavras transmitem-me uma certa saudade. quantos momentos, quantas palavras me trouxeste com este pequeno desabafo.

um beijo.

7:25 AM  
Blogger Luís Pires said...

Ena, finalmente conheço os textos não-cientificos do andré.
Gostei. (O outro texto vai requerer duas coisas que não tenho neste momento, tempo e falta de sono, faço-o logo à noite).

Gostei da simplicidade do texto.

Já agora, conheçes o amor?

Curioso também encontrar-te aqui daniela, na caixa de comentários de outro físico =P

comprimentos a ambos.

7:38 AM  
Blogger Luís Pires said...

esqueci-me de uma coisa.

Não conhecia a música. Para além de ter gostado também acho que fica bastante bem como banda sonora para a leitura do texto. Ainda tenho de conferir a letra, mas de resto fica muito bem.

7:39 AM  
Anonymous Anonymous said...

Cerrou a mão com força. Tinha ali um sonho e não o queria perder.
Desejou com toda a intensidade encerrá-lo assim, abrigá-lo entre os dedos.
O tempo passou. A mão continuava fechada. Ele nunca mais viu o sonho.
O tempo passava e ele continuava de mão fechada.
Quando lhe perguntavam o porquê, ele respondia que tinha ali o maior sonho da sua vida e que não o queria deixar fugir.

Mas com o passar do tempo ele foi-se esquecendo.
A vida trazia-lhe muitas coisas. Era difícil.
Até que um dia se esqueceu do porquê de ter a mão fechada.
Lembrava-se muito pouco do que tinha sonhado.
Um dia a vida dele deu uma volta. Estava a passar o pior momento da sua vida.
Não podia continuar a agarrar o sonho. Já nem sabia qual era. Precisou das duas mãos.
Abriu a que tanto tempo tinha fechado.
Não encontrou nada. Nada entre os dedos. Nada apoiado na palma. Nada escrito nas linhas da mão.

Afinal o sonho nunca tinha estado ali. Tinha-lhe fugido por entre os dedos da primeira vez que os cerrara.
Entendeu que os sonhos se deixam livres. Os sonhos precisam de asas para voar. Não se cerram entre as mãos. As mãos devem estar sempre livres para poder construir. Para deixar o sonho viver.
O sonho que ele julgava ser seu desde sempre foi-o apenas um instante.
Quando percebeu isto só tinha uma solução. Sonhar outro sonho e nunca mais fechar as mãos.

27/10/2K6

Espero que gostes e que se identifique contigo.
Gostei do teu blog :)***

9:17 AM  
Blogger Lord of Erewhon said...

Agora deu-te prá poesia lamecha? :)

10:04 AM  

Post a Comment

<< Home